Último texto

Este é o último texto do blog.

Ontem, 23 de maio, encerrei um ciclo e acho que o "Perto de vc" faz parte dele. Então, como ele já estava parado há algum tempo, faz sentido que ganhe uma despedida, mesmo que singela, como sempre fomos.

O ciclo encerrado é o da faculdade. Colei grau ontem, peguei o certificado. Demorou muito mais do que eu esperava - oito anos e quatro meses, contando da primeira aula -, mas isso não me incomoda e nunca me incomodou.

O blog foi criado em 2009, depois de uma tentativa frustrada de manter um blog coletivo. Portanto, bem depois do início da faculdade, em 2006. Começou depois e acabou antes, já que faz mais de dois anos que não escrevo com frequência aqui. Mesmo assim, não tenho como não ligá-lo ao período, no qual ele serviu como diário, como plataforma de divulgação de algumas opiniões (não ideias), como lugar de articulação de pensamentos e talvez alguma coisa mais.

Meu objetivo nunca foi ter leitores (sem hipocrisia, a gente escreve para ser lido, mas nunca foi o objetivo principal). Às vezes queria que ninguém lesse e, de fato, alguns textos daqui me constrangem. Mas eles foram importantes também. Representam uma fase, que, no balanço, foi bem legal.

O blog fica aqui, descansando, "de boas". De vez em quando vou dar uma passada pra vir me visitar. E esse post fica como explicação para quem por acaso aqui se encontrar.

Eu sigo em frente, agradecido por tudo.

Até.

Feijão salva

Já publiquei crônicas, fatos, notícias, piadas e fotos de musas neste blog, mas, ultimamente, ele tem atendido à verdadeira vocação, que é uma espécie de diário pouco atualizado. Pra mim funciona mais como uma espécie de balanço da vida com lista de metas. Quem quiser pode conferir nas últimas publicações, mas eu não recomendo.

É engraçado que sempre escrevo aqui em momentos como esse, quando a sensação, que não sei descrever, é sempre a mesma. Algo de frustração com vontade de mudar justamente após um momento de mudança.

E se é pra falar de momento de mudança, a hora é agora. Muita coisa aconteceu nos últimos meses e nas últimas semanas, e eu não contei nada disso aqui. Em resumo, saí de um dos poucos empregos que gostei e no qual tava há quase dois anos. Nesses últimos tempos não tava mais tão legal e foi melhor ter saído. Também saí de casa para morar com os amigos. Apesar de ser um desejo antigo, foi por necessidade, já que minha antiga casa foi demolida e uma nova tá em construção.

...

Eu tava numa deprê escrevendo isso e ainda não sabia onde ia chegar, mas aí comi feijão e passou.

Faltava desabafar...

Não adianta.
De certa forma, eu preciso escrever mais ou menos sobre o que tô sentindo pra ficar mais ou menos bem comigo mesmo, e esse blog acabou virando um depósito desses textos nos quais eu mais defino e compartilho metas, sonhos, frustrações (essa palavra tá cada vem mais presente por aqui) do que um blog para compartilhar ideias e textos que eu gostaria que fossem lidos.

Confesso que eu tentei, por um bom tempo, buscar uma auto-preservação (necessária) que se traduziu em não publicações. Seja no twitter, no blog e, principalmente, no facebook. Porém, acho que isso não me faz muito bem. Eu escrevo algo, apago, escrevo de outra forma, apago e decido que será melhor para mim não publicar. Mas isso vai sendo guardado por aqui, virando um bolo com um pouco de mágoa e que chega a ser dolorido. É preciso achar um equilíbrio por aí...

Sinceramente, os últimos anos não têm sido fáceis. Falo dois últimos dois, principalmente. Difícil sempre é, mas sei lá, de lá pra cá tem sido difícil sair do turbilhão. Claro, há momentos de tranquilidade, de felicidade (o Corinthians ganhou o Brasileiro e eu tava lá, e ganhou a Libertadores), de paz, de afeto, de amizade, de boas conversas. E não há grandes tristezas, como doenças, acidentes, falências, essas coisas. Exceto pela morte dos meus dois avôs, que machucaram demais e sempre doem.

Mas eu falo do turbilhão do dia a dia. São as contas, as coisas do trabalho, da casa. O problema da monografia e essa pressão alucinada que é para resolver isso. Os problemas das pessoas próximas que te afetam, as mágoas das pessoas próximas, a maluquice social...

Enfim, talvez eu esteja sendo repetitivo quanto a isso, mas não gosto mesmo de reclamar disso tudo. Gosto de listar os problemas, um por um, visualizar as soluções e correr atrás pra resolver. Isso realmente dá certo. Mas às vezes cansa, e eu tô cansado.

Mas acho que agora falta pouco pra eu botar a casa toda no lugar (literalmente, inclusive). Faltava desabafar...

Pronto, já tô melhor.







Se achando / me procurando

Dias atrás, quando decidi fazer o "guia felps", escrevi que o primeiro passo é saber, mesmo que aproximadamente, quem somos. Vou repetir que acho muito difícil saber mesmo quem somos, mas propus, naquele momento, que fizéssemos um exercício bem básico, falando das características, planos, sonhos, amigos etc. E é isso que vou tentar fazer neste post.

Faço esse texto em um momento curioso, quando começo a me reencontrar com o eu de um passado recente. Desde o começo deste ano, eu tive a impressão de esquecer, mais ou menos, o que eu queria e, digamos, quem eu era (meio exagerado, mas bom pra definir). Acredito que isso tenha sido sintoma de uma fase traumática que tive, e que agora estou me recuperando. Então, a partir dessa reconstrução e desse retorno, tentarei definir, mais ou menos, quem eu sou.

Listei, abaixo, uma série de interesses que guiam mais ou menos a minha rotina e aquilo que eu quero que faça parte da minha rotina. Depois dessa lista, e até no decorrer dela, espero escrever algo mais reflexivo. Segue:

Jornalismo - Hoje não dá mais para separar a minha vida do jornalismo. Passo quase 24 horas por dia vivendo jornalismo (mentira, passo 24 horas no facebook). Além de trabalhar o dia inteiro com isso, inclusive nos finais de semana, eu ainda tô tentando me formar nessa joça há quase sete anos. E, pra fechar, é isso que eu gosto de discutir e ler nas horas de lazer (horas de lazer... hahahaha). Enfim, essa foi a minha escolha, e, apesar de ser aquele tipo de sujeito que gostaria de largar seis faculdades e fazer milhões de coisas, eu tenho muita certeza de ter acertado na escolha. Não tenho mais como deixar de pensar como jornalista, pelo resto da vida. Quanto a fazer, também acho que não vou parar. No máximo, intercalar com outras atividades.

Política - Tem duas e eu gosto das duas. Não dá pra entender quem tem aversão à política. Como é que fala sobre a vida sem falar de política? Quanto a partidária, dessa eu também gosto. Tenho nojo de uma parte, mas não perco as esperanças. Sou filiado a um partido de esquerda e acho que é importante lutar nesse sistema. Quem sabe, um dia, eu me arrisque nele também. Faria com orgulho.

Cinema - Digamos que cinema seja a minha arte preferida. Eu até gostaria de ser mais musical, mas sou muito pouco. Meu negócio é imagem e texto. E não existe nada que una tão bem essas duas coisas quanto o cinema. Eu não sou cinéfilo nem nada, mas eu gosto de saber cada vez mais sobre cinema, de ler, de estudar a linguagem, a história etc. Gostaria de ter tempo pra passar horas vendo todos os puta filmes do mundo, mas a gente faz o que pode. E isso é uma das coisas que me move, que me interessa, que eu planejo fazer pela vida toda. Além disso, eu ainda quero fazer cinema, bem naquele estilo câmera na mão e ideia na cabeça (ou o contrário). Documentários (já fiz dois), curtas de ficção e, quem sabe, alguns longas, se um dia houver condição disso.

Literatura - Mais ou menos a mesma coisa que o cinema. Se for pra fazer alguma coisa na vida, que seja ler e ler e ler mais, tudo o que tiver de bom pela frente. Na infância e adolescência, o que eu mais fiz foi ler. Quando eu era pequeno, eu lia tudo que tinha pela frente. Como sou evangélico, criado na igreja, eu li até a Bíblia na infância, além de quase todos os livros da biblioteca mixuruca da escola. E dos 12 aos 16 anos eu fui um rato na Biblioteca Pública. E nunca deixei de ler muito. Tenho muito orgulho disso e sei que teve um efeito grande sobre a minha personalidade. Eu continuo sendo um tanso, mas seria um tanso bem pior se não tivesse lido. E, da mesma forma que o cinema, eu ainda tenho esperança de escrever. Já comecei algumas histórias e espero que um dia tenha cabeça pra terminá-las. E, quando terminá-las, espero que sejam boas como parecem na minha cabeça.

Esportes - Eu não tenho o menor talento pra coisa, mas eu gostaria muito de ter sido um atleta olímpico, de qualquer coisa. Gosto de quase todos os esportes e, particularmente, nado bem. Até gostaria de ser aquele sujeito avesso a esportes, que fica lendo e fumando, mas não consigo viver sem atividade física. Então, eu tenho que estar sempre jogando bola (futebol, basquete e vôlei são os preferidos), pedalando, correndo e nadando. Isso também me define.

Ainda sobre esporte, me define o fato de ser corinthiano roxo (não fanático, pois acho que gente fanática fala muita merda). Além disso, torço para o Knicks e para o Giants, que são os times de Nova Iorque (minha cidade preferida no mundo) de basquete e futebol americano. E também torço bastante pelo time de basquete da minha cidade (Joinville).


Assuntos preferidos - Além de tudo isso aí eu cima, eu tenho interesse especial por alguns assuntos:

História: principalmente a recente, dos anos 60 pra cá, com foco na história do Brasil.
Filosofia: nunca vou ser um puta conhecedor e nem vou mergulhar muito fundo nisso, mas, porra, filosofia é legal pra caralho.
Design: antes de saber ler e escrever, eu desenhava. E durante a infância eu desenhei muito - até que tinha algum talento. Eu ainda gosto muito das artes gráficas e pretendo saber mais sobre o assunto.
Direito/Direitos Humanos: Hoje Direito seria a minha segunda faculdade e a especialização seria Direitos Humanos. Alto nível de interesse acerca disso.
Mobilidade: Não tem como não falar muito sobre mobilidade hoje. Eu,como ciclista, motorista, pedestre e defensor do transporte público, não tenho como não me envolver.



Amanhã continuo a escrever neste post. Cansei por hoje. Hoje fui mais descritivo, mas acho que a coisa será mais reflexiva amanhã.

Sobre saber ou não dar aula e o quanto isso é importante

Já faz alguns anos que eu defendo um professor da faculdade quando o acusam de não saber dar aula. Mas, como todo começo de semestre esse assunto volta a ser debatido, vou tentar formalizar algum pensamento que tenho sobre o caso.

O fato é que ele não sabe mesmo dar aula. Porém, apesar de eu achar que essa seria uma característica desejável, eu acho que ele não precisa saber. O que ele precisa é saber muito sobre determinado assunto. A forma como ele vai compartilhar esse conhecimento, na universidade, não depende só dele.

Eu digo isso porque acho que muita gente não entendeu qual é a pira da faculdade. No ensino fundamental e médio, é importante que o professor saiba repassar o conhecimento. Pois, apesar de que este [o conhecimento] também é subjetivo, interpretativo e outros "ivos", ele ainda assim é um pouquinho mais concreto. Então, o professor tem essa responsabilidade.

Já na faculdade o papo é outro. Eu vejo o professor como um sábio, um poço de conhecimento. Como os estudantes vão se apropriar desse conhecimento é outra coisa. Não sei se é ouvindo o que ele fala sem parar, ou se é perguntando para aquele que fala pouco, ou se é apenas observando o professor fazer.

No ensino superior, não interessa exatamente o que o professor acha. O que interessa é o que o sujeito estudante vai passar a achar a partir do conflito de ideias com o professor, com os livros que lê e com os debates que faz. Mas tem gente que não se interessa pelas ideias, não lê e não debate. E quer que alguém vai lá na frente do quadro dizer o que ele tem que pensar.

E ainda há outro problema. Esse professor que não sabe dar aula, sabe tudo de jornalismo. No entanto, há professores que sabem dar aula e sabem muito pouco sobre jornalismo. E aí mora o perigo. Pois esses professores vão dizer o que essa galera "deve" pensar. E enquanto isso o jornalismo está indo para as cucuias.


Maldito cavalo parado

Semana passada ou no início dessa eu escrevi sobre um momento ruim da minha vida, em que eu tava me sentindo mais perdido que apresentador do Globo Esporte SC. Escrevi naquele momento uma espécie de desabafo, mesmo que eu não saiba muito como fazer isso. De certa forma, de lá para cá, as coisas melhoraram. Algo que eu já esperava, já que acho natural que a vida seja feita exatamente desse movimento de altos e baixos, uns de maior intensidade, outros mais amenos. E se há um momento de desespero, certamente haverá um de tranquilidade. Não há como fugir dessa natureza da vida e do tempo.

Apesar disso, de ter passado a tensão inicial, não sei se posso dizer que estou em um momento melhor. Tenho me sentido sem as rédeas da vida. E, para piorar, o cavalo está parado.

Sempre defendi que cada um é responsável pelo próprio caminho, e que se as coisas não estão da maneira que a gente quer, basta um pouco de atitude para colocá-las no rumo. Atitude e coragem. No entanto, sempre entendi também que não é assim para todo mundo. Há casos em que as coisas fogem do controle e não há atitude que dê jeito. Ou, se há, não dá para julgar quem não tem.

Mas eu não queria que isso acontecesse com a minha vida.

Se eu perdi a rédea, e o cavalo está parado, eu deveria descer e começar a andar. Mas isso tem sido mais difícil do que eu gostaria que fosse. Talvez esteja faltando mais coragem do que atitude.

Na verdade, o que mais tá faltando é vontade. Falta vontade para trabalhar, para estudar, para fazer a monografia; falta vontade pra correr, pra arrumar a casa, pra lavar o carro. Todo dia é um trabalho para sair da cama e para voltar também. E isso é horrível. São poucos os momentos que dá para se sentir bem.

Mas, novamente, esse post é apenas um desabafo. Acredito que falta um start, um pontapé, para que eu possa descer do cavalo e seguir em frente. Um pouco de grana, um romance, uma notícia boa que seja... uma hora algo acontece. Vamos na fé...

NAO TA FACIO PRA NINGUEM

Eu já devo ter dito umas mil que evito - e detesto - reclamar da vida. No geral, a minha é muito boa. No entanto, acho também que a reclamação é da natureza do ser humano e certas semanas ou dias tornam a vontade de reclamar algo irresistível. E essa semana foi, com certeza, uma delas.

Parece que tudo degringolou dessa vez. Começou pelos problemas financeiros, que arrastaram os problemas familiares, que em seguida puxaram outros da faculdade, e, por fim, resultaram em problemas de saúde. Mas esse último teve mais a ver com a mudança de temperatura no início da semana.

Por mais que eu me esforce para essa não ser uma questão central na minha vida, dinheiro realmente faz falta. Tem hora que você se vê sem ele e tudo complica. E o problema nem é o dinheiro acabar no fim do mês e ter que esperar ele entrar novamente daqui a alguns dias. O problema é que o dinheiro que vai entrar também não é suficiente para pagar todas as contas. Contas da casa, despesas do carro (que parece uma maldição, que todo mês tem uma nova), empréstimo para pagar a faculdade... vem conta de tudo que é lugar. Tá muito caro viver...

Uma das coisas que especialmente me deixou para baixo foi decidir que não vou para uma viagem da faculdade. O motivo da faculdade é um campeonato entre as universidades de comunicação do sul do Brasil e o pessoal, pelo menos do meu curso, leva a parada a sério mesmo, indo buscar o primeiro lugar neste ano. E eu, que estou treinando em quatro modalidades, estava muito empolgado para ir, me dedicando para fazer o melhor. Contudo, com esse aperto notado essa semana, estive fazendo minhas contas e vi que vou ter que abrir mão de coisas como essa viagem e outras saídas, pelo menos por um tempo. Como ainda estou pagando a viagem do ano passado, decidi que não posso mais ter uma conta dessa para resolver.

Chega um momento em que você espera que as coisas melhorem, mas elas não melhoram, e o buraco vai ficando cada vez mais fundo. Todo mês tem que gastar 50 pila com remédio, óleo, gravata do cunhado que você perdeu e descobriu que custa 80 pila etc.

Aí você espera ter um pouco de paz em casa, mas encontra gente que só sabe jogar os problemas na tua cara. Tem que ficar ouvindo bobagem quieto. Coisas como "você não dá bola pro próprio pai". Se alguém soubesse a porra da falta que eu sinto do meu velho... (não morreu, só mora do outro lado da cidade, e, assim como eu, não tem muito tempo de sobra)

Enfim, talvez eu precisasse escrever isso para desabafar um pouco. Apesar de ter bons amigos e familiares, não sou a melhor pessoa para expressar os problemas. Tô acostumado a ser aquele que aconselha e não sei ouvir conselhos. No fundo, sou grato pela minha vida. Ela é boa e será ainda melhor. Alguns coisas precisam entrar nos eixos, mas para isso é preciso saber dosar a quantidade de atitude e paciência que a gente aplica na vida.